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HABITATS

Os habitats das florestas

As florestas cobrem cerca de 65% da reserva e estão concentradas em três blocos principais (625, 550 e 140 ha). Todos tiveram madeira extraída e não existem florestas intocadas. Algumas partes da floresta, dominadas por plantas pioneiras, foram terras previamente usadas para agricultura, enquanto outras retêm elementos da mata madura, o que indica que nunca foram completamente desmatadas, mas tiveram corte seletivo ou até intensivo.  As florestas são mosaicos variados de vegetação que refletem os distúrbios históricos do local. É comum que a estrutura florestal mude dentro de espaços curtos. A tabela 1 detalha os cinco tipos de floresta encontrados na reserva e a porcentagem ocupada nos blocos principais, por cada tipo de floresta.

Tabela 1 – Forest classification REM (PDF – 20KB)
% = porcentagem dos principais blocos de floresta na REM que abrigam esse tipo de floresta (N= 27,050 m de trilhas).

Outros Tipos de Habitats

Manguezais
Há um trecho pequeno de manguezal na borda do nordeste da reserva na foz do Canal de Serinhaém. As espécies Rhizophora e Avicennia dominam a comunidade vegetal do manguezal.

Várzeas
As áreas baixas ao longo dos córregos que acumulam água criam um ambiente de solos permanentemente úmidos que são ideais para juncos, gramíneas e samambaias. Uma característica dessas várzeas são agrupamentos de capim rabo de gato que atingem 1,5 a 2 m interlaçados de arbustos e árvores nas ilhas pequenas de terra seca. A vegetação na beira da várzea atinge tipicamente de 2 a 8 m de largura com espécies de árvores pioneiras e arbustos atingindo 1 a 12 m de altura. Todas as principais vias hídricas possuem várzeas.

Plantios de seringueira (Hevea brasiliensis)
Essa região é uma das áreas mais produtivas em cultivo de borracha no Brasil e há uma quantidade grande da terra dedicada à produção dessa cultura, e plantios de seringueira ocupam 15% da paisagem da reserva. As seringueiras são plantadas com uma densidade media de 476 a 500 árvores/ha com espaçamento de 7m x 3m e 8m x 2.5m, respectivamente. As seringueiras começam a produzir sete anos após serem plantadas e podem ser sangradas ao longo do ano, porém a produção diminui durante a mudança das folhas ou durante longos períodos de chuva. As seringueiras são cortadas com navalhas especiais para criar um sulco pelo qual o látex flui até uma bica acima de um copo amarrado na árvore com um fio de arame. Os trabalhadores visitam cada árvore a cada 3 a 5 dias, coletando a borracha condensada e depois cortam um novo sulco para recomeçar o processo sangrando entre 850 e 900 árvores por dia. As árvores podem ser sangradas por décadas usando setores diferentes do tronco e deixando os setores cortados cicatrizarem. Às vezes é aplicado um hormônio para induzir produtividade maior.

A Michelin abandonou a maioria dos seringais de reserva em 2013/14, com os últimos remanescentes abandonados em 2021, de forma que hoje o REM é estritamente uma área de conservação sem atividade econômica. Uma vez abandonados, os seringais são rapidamente colonizados por vegetação pioneira, dominada por espécies de Miconia, Henrietta, Cecropia, Inga, Didymopanax, Senna, Piper, Solanum, Rauvolfia, Bauhinia, Heliconia e Cyperus, e cipos como Mikania e várias espécies de Asteraceae. Na última década, testemunhamos um recrutamento crescente de espécies florestais primárias e secundárias avançadas (Helicostylis, Brosimum, Sloanea, Pourouma, Euterpe, Sapotaceae) nos seringais abandonados conforme a população de vida selvagem se recupera e dispersa sementes em toda a paisagem. Para acelerar ainda mais a recuperação dos seringais abandonados, plantamos 107.000 árvores florestais nativas de 275 espécies em 300 ha de seringais da reserva como parte de nosso programa de restauração florestal.

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