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Conheça a Reserva Ecológica Michelin

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é uma área protegida de 3.950 hectares que pertence a Plantações Michelin da Bahia (PMB), um membro do Grupo Corporativo da Michelin com sede em Clermont-Ferrand na França. A reserva engloba um mosaico de Mata Atlântica ombrófila e plantios de seringueiras nos municípios de Igrapiúna e Ituberá, a 140 quilômetros ao sul da capital, Salvador. A reserva é legalmente classificada sob diversas categorias de conservação, inclusive Reserva Legal, Servidão Florestal e Reserva Particular de Patrimônio Natural.

Por que a Michelin criou esta reserva?

A Reserva Ecológica Michelin foi criada em 2004 (port. # 13294, decreto # 1.922/96) com o propósito de preservar um remanescente significativo da Mata Atlântica no sul da Bahia, conhecido por sua rica biodiversidade e suas espécies endêmicas numa região que tem sofrido desmatamento intenso e degradação extensiva. Um dos propósitos fundamentais para a criação da reserva foi proteger a floresta de caçadores clandestinos, porém a empresa também encontrou aí a oportunidade para investir em reflorestamento, pesquisa ecológica e programas de educação ambiental na região. Portanto, a organização da reserva é baseada em seis programas: proteção, restauração, pesquisa, educação ambiental, lideranças femininas e ecoturismo na Cachoeira da Pancada Grande. A criação da reserva faz parte da filosofia corporativa da Michelin sobre o uso sustentável de recursos naturais e práticas empresariais com responsabilidade ambiental. 

Quem tem acesso à reserva?
A reserva apresenta limitação nas visitas. Estudantes e empresas podem realizar caminhadas dentro da Floresta Pancada Grande (172 ha), com o auxílio de um guia florestal. Para isso, basta entrar em contato com o setor de educação ambiental. Pesquisadores e universitários podem realizar pesquisas dentro da reserva, basta encaminhar uma proposta de pesquisa. Turistas, podem desfrutar da maior cachoeira do Litoral da Bahia, Pancada Grande.

Organização da Reserva

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Um tour da reserva

Apresentamos aqui um tour da reserva que começa na extremidade nordeste e avança no sentido sul e oeste até o setor do sul da reserva. (veja o mapa anexo).

mapa da reserva ecológica michelin

01 - Floresta amortecedora no setor norte
O ponto mais nordeste da reserva consiste em uma área de 40 ha que age como uma zona amortecedora que protege a parte principal da reserva da expansão urbana que cresce ao sul de Ituberá. Esse trecho estreito (200 a 400 metros) de floresta pioneira, cronicamente impactada, beira a BA-001, e a borda oeste beira os sistemas agroflorestais de Fazenda Velha, e o manguezal do Rio Serinhaém a leste e ao sul. É localizado ao norte o bairro popular Poeirão. Além da floresta, há 20 ha de seringueiras abandonadas. 

02 - A Estrada para Pancada Grande
Esses 60 ha de floresta entre a rodovia BA-001 e a Cachoeira Pancada Grande sustentam plantios de seringueira com entrelinhas de vegetação pioneira densa que atinge de 2 a 5 m de altura e uma área extensiva enriquecida com espécies nativas plantadas em 2005, 2008 e 2012. Existem diversos trechos pequenos de floresta secundária densa, especialmente ao longo do rio e no caminho para a cachoeira. A estrada até a cascata bifurca na confluência dos Rios Índios e Cachoeira Grande e segue esse último até a cachoeira. A estrada bifurca, com um braço que continua até a Colônia, e outro braço que termina no topo da cachoeira. Esse setor da reserva tem aproximadamente 100 a 400 m de largura e 2 km de comprimento, com um declive íngreme que se acentua ao norte do rio. Ao norte, são roças de pequenos agricultores com sistemas agroflorestais diversos  e ao sul, grandes plantações de seringueira/cacau/banana.

03 - A Floresta de Pancada Grande
Os 172 ha de floresta da Pancada Grande estão localizados na margem norte do Rio Cachoeira Grande, entre o rio e a Colônia. A topografia é levemente ondulada, com elevações de 120 m ao longo do rio e dois morros com 186 e 190 metros, respectivamente. A floresta foi intensamente explorada para extração de madeira durante 25 anos entre os anos 50 e 70. O setor mais plano, ao oeste, foi o mais intensamente explorado e a floresta localizada ao longo da trilha na parte superior do rio, a menos impactada. Hoje, a constituição da floresta é de 48% intensamente explorado e 52% que sofreram corte seletivo intensivo. Existem trechos pequenos de árvores maduras no centro da floresta, porém a maioria das árvores grandes é da espécie Eriotheca spp, e as espécies de crescimento rápido, Tachigali, Albizia, e Parkia pendula. De uma forma geral, o dossel superior é de 10 a 15+ m com os emergentes acima de 20 m. A vegetação rasteira tende a ser densa com uma altura de 3 a 4 m, com uma abundância de palmeiras e helicônias, com bromélias, filodendros, cipós e lianas, em área de mata ciliar. Uma vegetação herbácea beira os dois córregos grandes bem como os três córregos pequenos, e as diversas clareiras naturais ao longo do rio estão inundadas com bambu trepadeira. 
Seringueira, cacau, banana e cravo são cultivados nas terras agrícolas adjacentes a Colônia, porém algumas dessas fazendas estão abandonadas e cobertas de mato. Durante uma invasão nos anos 90, campesinos derrubaram vários hectares ao longo da fronteira central oeste, e duas áreas menores ao longo do rio e no coração da cerne da floresta. Também cortaram árvores novas da mata ciliar, porém as mesmas têm se recuperado com muita vigor.

04 - A Floresta do Rio
A Floresta do Rio de 273 ha, beira a margem do sul do rio Cachoeira Grande por 4 km em terra plana, exceto no ponto leste acima da cachoeira Pancada Grande onde o morro é íngreme e depois desce precipitosamente. Essa floresta foi intensamente impactada pela extração de madeira até o fim dos anos 70, e hoje a sua constituição é de floresta secundária densa com árvores de 8 a 15 m, com um punhado de árvores mais maduras e trechos pequenos de floresta relativamente intacta nas áreas com acesso mais difícil. O ponto oeste da Floresta do Rio foi completamente derrubado e queimado para um plantio de seringueira que foi realizado e hoje consiste em um trecho uniforme de floresta secundária, com aproximadamente 40 anos em pé, onde a árvore Pourouma domina o dossel. Trechos pequenos no centro da floresta abaixo de Vila 5 são plantios abandonados de mandioca das roças dos posseiros, da primeira metade do Século XX. Uma faixa densa de vegetação segue o rio, com uma abundância de cipós, bromélias, bambus, samambaias e tiriricas. Nesse local, o rio tem 9 a 40 m de largura e quando a água abaixa ficam expostas muitas rochas, alguns trechos de cascatas e pequenas ilhas.

05 - A Floresta da Vila 5
Os 180 ha de floresta da Vila 5, que tem 2,5 km de comprimento e uma largura de 800 m, se espalham sobre cinco morros ao sul do rio, com picos entre 160 a 288 m. A floresta foi usada como uma reserva de madeira. Também foi extraído cascalho para uso nas estradas da plantação. Hoje, os principais tipos de floresta consistem em floresta intensamente impactada (31,3%), floresta que sofreu corte seletivo intensivo (41%) e floresta levemente impactada (14,3%). A parte centro leste da floresta foi queimada no fim dos anos 60 e hoje sustenta uma floresta secundária dominada pelas espécies das árvores Pourouma, Senna, e Didymopanax, com cipós e lianas finas abundantes que compõe 10,7% da floresta. Uma área pequena (2,7% da floresta) foi uma roça de mandioca no passado. Está presente na Vila 5 a floresta mais intacta da reserva, e as encostas elevadas dos morros do norte retêm trechos relativamente grandes de floresta que foi levemente impactada com alguns exemplares impressionantes das espécies Sloanea, Caryocar, Virola, Eriotheca, Licania e Copaifera. O perfil da floresta nos trechos mais novos é de árvores novas finas e árvores de porte médio de 10 a 13 m, enquanto nos trechos mais maduros, o dossel superior é de 17 a 20+m. O morros austrais sustentam uma floresta que foi intensamente impactada com árvores de 8 a 13+ m, cipós abundantes e a liteira foliar é funda, porém nas encostas mais altas, existe um trecho de floresta madura. As palmeiras Euterpe edulis são abundantes em toda a floresta, também como lianas e outras epífitas, e bromélias terrestres cobrem as rochas grandes expostas nos topos do morros. O Rio das Matas flui pela parte central da floresta e uma pequena e bonita cachoeira e cascatas são presentes durante o seu curso. A floresta tem diversas nascentes e córregos pequenos que sustentam musgos, samambaias. Plantios de seringueira/cacau/banana beiram a floresta nos três lados e ao norte fica a Floresta do Rio.

06 - As seringueiras entre floresta
A área entre os três principais blocos de floresta ocupa cerca de 650 ha da reserva e sustenta uma mistura de monocultura de seringueira e várzeas que às vezes são contornadas por uma faixa estreita de florestas pioneiras. Os seringais agora estão todos abandonados com um mato densos de plantas pioneiras crescendo até 2-10 + m tomando conta da plantação. Isso é o local principal para o projeto de enriquecimento florestal com o plantio de 107.000 árvores de 275 espécies

07 - A Floresta de Luís Inácio
A floresta Luís Inácio, de 140 ha, estende por quatro morros íngremes que são cortados pelo Rio das Matas. O morro no noroeste de 338 m é o pico mais alto da reserva. O setor central e o setor do leste foram plantados com mandioca por fazendeiros ao longo do século 20 e plantios abandonados ocupam 28,8% da floresta. Essas florestas secundárias são dominadas pelas espécies arbóreas Pourouma, Senna, Albizia, Byrsonima, e Didymopanax onde o dossel superior atinge 6 a12+m e as palmeiras Euterpe são abundantes na vegetação rasteira e média. Madeira foi extraída dos outros setores da floresta: 22,8% foram intensamente impactados, 37,9% sofreram corte seletivo intensivo, e 7,6% foram levemente impactados. A vegetação rasteira da maior parte da floresta é de aglomerações densas de mudas onde as árvores de porte médio atingem 6 a 15 m, porém nas encostas dos morros no norte, e ao longo do Riacho Caipora, existem pequenos trechos de floresta madura e árvores antigas. A floresta Luís Inácio é localizado a 800 m a oeste de Vila 5 e 400 m a leste da floresta de Pacangê, e é circundada por plantios de seringueira onde as entrelinhas abandonadas têm sido enriquecidas com plantios de árvores nativas nos lados norte e leste, e existem plantios de cacau/seringueira/banana nos lados leste e sul.

08 - Floresta de Pacangê
A floresta de Pacangê de 550 ha estende-se em 7 morros íngremes ao longo de duas serras paralelas com picos que atingem 240 a 327 m. Pacangê foi cultivada desde o século 19, a maior parte de mandioca. Quatro plantios abandonados de cacau, há presenças de jaqueiras, exóticos bamboos e os restos de uma barragem para processar mandioca são provas dessa história agrícola. Hoje, a composição da floresta é 3% pastos abandonados, 49.9% plantios abandonados, 18,7% pesadamente exploradas, 23,3% intensamente exploradas, e 5,1% levemente exploradas. A floresta foi completamente derrubada nas encostas inferiores, ao longo do rio e no morro do sudoeste. Essas áreas ainda sustentam floresta secundária com vegetação densa e contínua que atinge 3 a 10 metros e nos plantios abandonados mais antigos, o dossel superior atinge 7 a 15 m. São abundantes os cipós, a densidade de bromélias é moderada, e a liteira foliar é densa. A vegetação na parte norte da floresta consiste em aglomerações impenetráveis de mudas, com vegetação contínua de 2 a 8 m. Existe também outro trecho de floresta secundária imatura no centro da floresta acima do rio que estende ao morro central na serra ocidental. O terceiro trecho de floresta secundária imatura fica na parte do meio da encosta do sudeste com aglomerações densas de arbustos e árvores que atingem 4 a 8m. Florestas exploradas compõem as partes do meio e superior de todos os morros, menos o morro no sudoeste onde a floresta mais intacta é localizada. Floresta madura que foi levemente explorada segue o cume do leste numa faixa estreita, porém contínua onde o dossel superior atinge 15 a 25 m e árvores mais maduras de 30 a 40 m. Nas encostas superiores do cume oriental, existem agrupamentos esporádicos de floresta madura que foram levemente explorados com árvores maduras onde o dossel superior atinge 15 a 25+ m e emergentes que atingem 40 m. Esses trechos maduros são ricos em lianas grandes, bromélias e outras epíftas. Uma sapucaia (Lecythis pisonis) secular na beira do rio é a maior árvore que resta na região e nos permite imaginar como eram as florestas antes dos anos 50. O pequeno Rio Pacangê passa pela parte central da floresta e flui desde uma várzea grande no canto sul da floresta e passa por outra várzea, circundado por plantios de seringueira, no canto norte da floresta, antes de desembocar no Rio Cachoeira Grande. Seis córregos grandes nascem nessa floresta também como vários córregos menores e lagoas pequenas que retêm água durante o ano todo. Os seringais abandonados ladeiam a floresta no norte e leste e no sul por uma plantação de pupunha abandonada. Pacangê é ligada ao maior trecho de floresta da região (13.000 + ha) na fronteira oriental e junto com a floresta da Fazenda Itapema I, é o setor mais largo (5 km) desse bloco de floresta.     

09 - Setor do sul
Uma serra alta e íngreme segue a borda leste dessa área de 700 ha, com o vale do Rio Pacangê abaixo e as florestas da Itapema II ao oeste. Plantios de seringueiras abandonadas dominam a paisagem, porém há também uma rede extensiva de várzeas e vários trechos grandes de floresta pioneira (Senna, Tapirira, Cecropia, Didymopanax, Inga, Vismia, Bauhinia, Piper, Miconia, Henrietta, e gramíneas da espécie Cyperus). Existem vários plantios enriquecidos com árvores nativas no setor sul. A leste há plantios grandes de cacau/seringueira/banana e a paisagem ao sudoeste e ao sul é dominada por sistemas agroflorestais e fragmentos de floresta que foram pesadamente impactados.

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